O evento tinha início previsto para as 17 horas, mas a chegada do touro verificou-se apenas duas horas depois, cerca das 19 horas, porque o veículo que o transportava tentou entrar na localidade por uma zona onde era impossível fazê-lo.
À chegada ao local, transportado num veículo com a indicação “transporte de gado vivo”, o touro apresentava-se já amarrado dentro do mesmo. Acabou por não se verificar, mas, com o touro ainda dentro do camião, pretendeu-se lançar um foguete do tejadilho do mesmo.
À saída do camião, o touro começa por cair uma primeira vez. Depois de se levantar, dirige-se de imediato a um fontanário, muito provavelmente por se encontrar com bastante sede, já que passou duas horas a mais do que o previsto dentro do camião onde foi transportado.
Amarrado por duas cordas que se prolongavam para a sua direita e esquerda, o touro encontrou-se sempre contido por ambos os lados pelas cordas em tensão quase constante. Além disso, houve sempre pelo menos um participante que o segurava pela cauda. Durante o percurso pelas ruas da localidade, onde caiu várias vezes, o touro esteve prestes a investir contra um cabo de alta tensão que se encontrava solto junto a um poste.
Ao longo do caminho que foi obrigado a percorrer, e por via de variadíssimas quedas, o touro adquiriu feridas nas patas. Mais para o final do percurso, a base da cauda apresentava-se também ensanguentada.
Foi possível aos membros do Núcleo de Sintra presentes no local constatar o que um deles classificou como “histerismo eufórico” por parte dos participantes e espectadores do evento, que se traduziram em incitações a que o touro fosse puxado com mais força e para que fosse morto. Foi ainda possível aos membros do Núcleo de Sintra presentes no evento observar o efeito nefasto do mesmo sobre crianças que assistiam.
É este o património cultural que a Câmara Municipal de Sintra pretende associar à sua região?
É isto que a Câmara Municipal de Sintra quer ver acontecer no seu concelho?
São estes valores que pretende divulgar e promover?
Considera o presidente da Câmara Municipal de Sintra ético tratar deste modo um ser senciente?
Ficam estas perguntas, pois não são estas as ideias que o Partido Pelos Animais tem para o concelho de Sintra, mas sim um concelho onde todos os seres vivos sejam tratados com dignidade.
